terça-feira, janeiro 30, 2007

Grandes Jogadores: António Sousa

Grandes Jogadores
António Augusto Gomes de Sousa

Nasceu em São João da Madeira, a 28 de de Abril de 1957
Médio ofensivo, é o segundo jogador com maior número de jogos na I Divisão

Carreira:
ÉpocaClube (Divisão)JGVED
1972-73Sanjoanense (Juvenis)-----
1973-74Sanjoanense (Jun.)(II)145644
1974-75Sanjoanense (Jun.)(II)2561078
1975-76Beira Mar (I)29106914
1976-77Beira Mar (I)2927814
1977-78Beira Mar (II)26151772
1978-79Beira Mar (I)30911217
1979-80FC Porto (I)2431752
1980-81FC Porto (I)3062163
1981-82FC Porto (I)2831693
1982-83FC Porto (I)2892053
1983-84FC Porto (I)2882143
1984-85Sporting (I)2781791
1985-86Sporting (I)2751944
1986-87FC Porto (I)1611231
1987-88FC Porto (I)35122681
1988-89FC Porto (I)28216102
1989-90Beira Mar (I)3029813
1990-91Beira Mar (I)331101013
1991-92Beira Mar (I)331111012
1992-93Beira Mar (I)210579
1993-94Gil Vicente (I)70241
1994-95Ovarense (H)32212911
1995-96Sanjoanense (II)183549
Treinador desde a 9ª jornada
Total de Jogos e Golos:JGVED
Prova778163398178202
I Divisão48382246121116
Taça de Portugal783256616
Comp. UEFA501229615
Supertaça Nacional70232
Liga de Honra32212911
II Divisão8329382223
Selecção Nacional2719711
Outras selecções185648
Estreia na I Divisão:
Beira Mar-CUF, 0-1 (7-9-1975, 75m)
Treinador:Frederico Passos
Títulos:
Campeão de Portugal em 87/88
Vencedor da Taça de Portugal em 83/84 e 87/88
Vencedor da Supertaça de Portugal em 81/82, 83/84 e 86/87
Vencedor da Taça dos Campeões Europeus em 86/87
Vencedor da Supertaça Europeia em 1987
Vencedor da Taça Intercontinental em 1987
Pela selecção nacional obteve o 3º lugar no Europeu de 1984

e participou na fase final do Mundial de 1986

Perfil: Empolgamento e revolta pertenciam às coisas pessoais que não repartia com os outros. Era capaz de incendiar um jogo com o seu futebol brilhante feito de saber, inteligência e equilíbrio; de extrair da plateia os aplausos justificados pelos dotes de artista notável aos quais juntava uma apuradíssima concepção táctica; de referência construtiva da equipa no momento de pôr a máquina brilhar. Tinha, também, o dom do remate fortíssimo, que transformava em sucessivos tiros certeiros capazes de derrubar as muralhas mais compactas erguidas à sua frente, o que fazia em qualquer momento e circunstância. E no entanto, apesar de emitir imenso calor, era um jogador apagado e frio. Não por questões de ordem estética, não para tirar partido disso como factor de surpresa, mas apenas porque nem o futebol alterava a imagem do que era fora dele: um homem triste, metido consigo próprio, que preferia interiormente todas as emoções, incluindo as mais vibrantes. Por todas as razões, António Sousa foi o jogador fascinante. Suportado num talento genético indiscutível — facilmente detectável pela forma como jogava a bola — dimensionou-o pela perfeição com que assimilou todos os princípios do jogo em termos de posicionamento, sentido estratégico e capacidade para entender as contingências da luta. Tornou-se, então, uma das grandes referências do seu tempo, até pela longevidade de uma carreira que por pouco não atingia o número mágico de 500 jogos na I Divisão. Médio de extremo requinte a executar era precioso no modo como punha a equipa a funcionar, responsabilidade à qual acrescentava o perigo no momento de se aproximar da grande área. Pela potência, intuição e certeza do remate o seu conceito de distância fugia ao senso comum: não precisava de se chegar muito perto da baliza para se relacionar com o golo. Nos livres directos, então, tudo podia acontecer, sobretudo na zona mais descaída para a esquerda do ataque — aquela que melhor servia o tiro com o pé direito. Um jeito que o filho Ricardo herdou e aplicou ao pé esquerdo, entrando no século XXI como um dos grandes especialistas de lances de bola parada do futebol português.
História: Aos 15 anos o sonho começou a ser realidade: entrou para os juvenis da Sanjoanense. Na época seguinte cumpriria apenas seis meses nos juniores, porque o treinador da equipa principal, Harold Campos, chamou-o para os seniores quando tinha apenas 16 anos. Até 1975 permaneceu no clube da terra, até ao dia em que Fernando Cabrita, então no Beira-Mar, o foi observar. Em Aveiro, Sousa cresceu, tornou-se ídolo, jogou ao lado de Eusébio, esteve um ano na II Divisão e começou a ser alvo da cobiça de muitos clubes: FC Porto, Benfica, Sporting, Belenenses, Vitória de Guimarães e Sporting de Espinho.
Carreira: Em 1979 aceitou o convite do FC Porto de José Maria Pedroto. Triunfou logo nas Antas, mas as grandes vitórias tardaram em aparecer. De azul e branco permaneceu até 1984, altura em que aceitou o desafio de jogar dois anos no Sporting. Enquanto esteve em Alvalade, os portistas ganharam os dois títulos e quando regressou à Invicta o campeão foi o Benfica. Acabaria, finalmente, por sagrar-se campeão em 1987/88, sob o comando de Tomislav Ivic, embora o seu currículo com o dragão ao peito seja assinalável, percorrendo por inteiro e em destaque todas as glórias internacionais.
Selecção: Na selecção cumpriu, sempre como titular, a totalidade dos encontros efectuados nas fases finais do Euro-84 e do Mundial-86 — só ele e Álvaro Magalhães o conseguiram. Para um jogador de grande regularidade exibicional, de presença constante ao longo da época e de bom rendimento na equipa das quinas, os números finais não lhe fazem toda a justiça: só 27 jogos — o último dos quais já ao serviço do Beira-Mar — e um só golo marcado — um golão, por sinal, à Espanha, no Europeu de 1984, através de espectacular lance em que fez chapéu sublime ao guarda-redes contrário (Arconada).
O Fim: No final de 1988/89 foi engolido pela renovação do plantel portista, facto que nunca digeriu bem, até porque Artur Jorge lhe dissera, semanas antes, que contava com ele para a temporada seguinte. Estava a jogar ao seu nível, com frescura e motivação, razão pela qual não aceitou o motivo do afastamento. Regressou então ao Beira-Mar, onde esteve mais quatro épocas, ao longo das quais ainda disputou uma final da Taça de Portugal, com derrota perante o FC Porto (1-3). Em 1993/94 transferiu-se para o Gil Vicente, mas não foi feliz, para acabar na Ovarense (II Divisão). Encetou carreira de Treinador, que cumpriu um trajecto familiar: início na Sanjoanense (1995/97), ao que se seguiu o Beira-Mar, desde Janeiro de 1997 — um longo percurso marcado pela vitória na Taça de Portugal de 1997/98, selada com um golo fantástico do filho Ricardo.

Do livro: 100 Melhores do Futebol Português, da autoria de Rui Dias

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9 Comentários:

Às 04:18 , Anonymous Anónimo disse...

Foi um grande jogador!
Técnica perfeita e um remate forte e colocado.
Um abraço

 
Às 16:16 , Anonymous Anónimo disse...

Boa "ZenaBola". Você continua com bons artigos. E já agora, sempre encontrou a tal revista "Stadium"?
Luís da Feira.

 
Às 18:18 , Anonymous Anónimo disse...

Luís da Feira
Já arranjei, você não leu a resposta ao seu pedido, e não sei o contacto.
Escreva-ma para o email, e deixe contacto, ok?

 
Às 09:24 , Anonymous Anónimo disse...

Fantástico, ZenaBola:
O meu mail é: lfhigino@sapo.pt
Um abraço,
Luís da Feira.

 
Às 17:35 , Anonymous Anónimo disse...

ZenaBola:
Obrigado pela atenção e pela paciência. Já lhe respondi por mail. Depois diga alguma coisa por mail para eu lhe enviae o tal livrinho.
Luís.

 
Às 14:49 , Anonymous Anónimo disse...

ZenaBola. Já li o seu mail. Obrigado.
Só preciso que me envie o seu endereço por mail para lhe enviar o livrinho. OK?
Um abraço,
Luís.

 
Às 14:45 , Anonymous Anónimo disse...

Olá.
Gostaria de saber se tem aceeso às estatísticas dos jogadores com presenças na I Divisão Nacional.
Um abraço,
Luís da Feira.

 
Às 14:46 , Anonymous Anónimo disse...

Já agora sabia que os Cadernos de A Bola suplemento agora revista com o guia da 1ª divisão nacional existe desde 1977/78, não existiria hipóteses de fazer aqui uma parte só com guias da 1ª divisão e os clubes da 2ª nacional desde os finais dos anos 70 até ao início dos anos 90, seria bastante interessante e enriqueceria e de que maneira o blogue sobre o historial do futebol português, infelizmente eu não possuo muita informação sobre os anos mais recuados. Mas de certeza alguém terá. Eu sei que isso leva algum tempo mas com um pequeno esforço acho que valerá a pena.

 
Às 22:07 , Blogger José Guilherme disse...

Madjer, tem toda a razão, as minhas desculpas, baralhei-me com o número total de jogos oficiais.
Eu sabia que o Manel é o "maior" e aí tem o post dele.

 

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